sexta-feira, 7 de maio de 2010

O justo e os torcionários


Ricardo Rodrigues, vice-presidente da bancada do PS e membro do Conselho Superior de Segurança Interna, órgão consultivo do primeiro-ministro em matéria se segurança interna, abandonou uma entrevista com os dois jornalistas da revista Sábado no dia 30 de Abril levando consigo os dois gravadores que estavam a ser utilizados para registar a conversa, "Irreflectidamente" e por estar a ser alvo de "violência psicológica insuportável". O coordenador do PS para a área da Justiça (?!), diz que aceitou dar a entrevista à Sábado de "boa fé", mas acusa a revista de "perguntas inquisitórias e construídas sobre premissas falsas" que tiveram como objectivo atingir a sua "honra (tratando-se de um político, não vejo como se poderia atingir algo inexistente, mas pronto…) e consideração". Os jornalistas Fernando Esteves e Maria Henrique Espada questionaram Ricardo Rodrigues com a sua ligação, como advogado, a "Débora Raposo, condenada em 2008 por burla e falsificação de documentos, num caso que defraudou em vários milhões de euros a CGD de Vila Franca do Campo, nos Açores. E em que ele próprio chegou a ser arguido, mas não acusado". Na entrevista, cujo vídeo está online, Ricardo Rodrigues diz que já teve os seus "azares" (que azar? Não ter sido acusado, para depois pedir uma indemnização?). Mas foi quando os jornalistas levantaram "o tema da sua demissão, em 2003, do Governo Regional dos Açores, em que era secretário regional, na sequência de boatos, com repercussão pública, que o ligavam a um escândalo de pedofilia no arquipélago", que Ricardo Rodrigues abandonou a sala da entrevista e levou consigo os gravadores, porque não vislumbrou "outra alternativa para preservar" o seu "bom nome" do que proceder aquela "acção directa". Uma pequena sugestão, Ricardito: já que as perguntas não foram respondidas, o que faz com que nas gravações de som não surja nada de auto-incriminatório, o que se calhar fazia mais sentido era levar a câmara de vídeo, para evitar a divulgação da expressão de azia que as perguntas provocaram, não? Talvez para a próxima…

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