terça-feira, 16 de novembro de 2010

É difícil voltar a trabalhar...


No ano de 2010, 54 deputados (até agora) pediram (?!) a atribuição do subsídio de reintegração na vida activa nos sectores privado e público. Com um valor médio de pouco mais de €13.000,00 (treze mil euros) mas chegando em alguns casos até €45.000,00 (quarenta e cinco mil euros), temos 29 do PS, 22 do PSD, 2 do MPT e 1 do PPM. Isabel Pires de Lima (ex-Ministra da Kóltura do PS), Ana Manso (ex-vice-presidente da bancada par(a)lamentar do PSD), Pedro Nuno Santos (ex-líder da JS) e Nuno da Camara Pereira (líder do PPM) são alguns destes elementos. Entre os argumentos utilizados para justificar este subsídio temos "como me dediquei em exclusividade à política durante dez anos, não progredi na carreira, o subsídio de reintegração é uma forma de compensar essa situação". Um argumento quiçá perigoso, pode levar a que os funcionários públicos que há anos se dedicam ao serviço sem qualquer progressão queiram ter também direito a um subsídio. Temos também, da parte do fadista Nuno, "não tem sentido voltar à sociedade sem ser indemnizado para voltar à sua profissão, obviamente mereço um apoio para a reintegração". Aqui, nada a dizer. Como é que se pode exigir a alguém que durante anos não faz a ponta de um corno (tratando-se de fadistas há uma forte ligação à festa brava e daí a relevância da expressão) que regresse alegremente a uma vida de trabalho (reconheço que ser fadista não pode ser considerado trabalho na verdadeira acepção da palavra, mas comparando com deputado...) sem que haja uma compensação financeira pelo sacrifício que isso envolve? Vá lá, reconheçam que estes ex-deputados têm razão e não comecem agora a acusá-los de serem uns pulhas gananciosos que se estão nas tintas para a falta de moralidade e de solidariedade para com o comum dos portugueses que esta atitude revela.

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